O ano era 2021 e estreava no cinema um filme para contar a polêmica sobre a sucessão empresarial da família Gucci, uma gigante do mundo da moda de luxo.
Atualmente, a ideia é que toda essa trama vire uma série documental, para que seja possível explorar todos os detalhes por trás disso.
Mas, afinal de contas, por que é que a sucessão empresarial dessa família foi tão ruim assim? É o que vamos contar nesse texto de hoje.
O planejamento sucessório é algo sério e precisa ser feito com muita cautela, caso contrário, muita coisa pode dar errado, que foi o que aconteceu com os Gucci.
Então, hoje trouxemos o caso dessa família para que você possa entender melhor como funciona o processo de sucessão familiar e como ele deve ser feito.
O conteúdo de hoje está bem interessante, além de aprender muito sobre o assunto você também vai conhecer mais da história por trás dessa grande marca de luxo.
Olha só os tópicos que vamos abordar:
- O caso da Família Gucci;
- Porque a sucessão empresarial deu errado;
- Como funciona uma sucessão empresarial
- Importância da Governança Familiar nesse processo.
Abaixo você encontrará todas as informações e detalhes sobre cada um deles.
O caso da Família Gucci
Antes de mais nada, vamos começar falando justamente sobre esse caso de sucessão empresarial tão polêmico que é o da Família Gucci.
Para isso, vamos começar lá do começo.
A história da Gucci
A Gucci teve sua fundação em 1921 por Guccio Gucci, que abriu uma loja de couros em Florença, na Itália.
Os primeiros produtos da marca foram malas de viagem e outros acessórios em couro, mas tudo de alta qualidade.
Desde sua fundação, a Gucci só cresceu e hoje é uma das marcas de luxo mais famosas do mundo.
Bom, assim como qualquer empresa familiar, ao longo dos anos aconteceu a sucessão do negócio, para os próximos membros.
A primeira troca de geração aconteceu em 1953, depois que Guccio faleceu.
Então, nesse ano, os filhos assumiram a gestão do negócio, que foi, de fato, quando a marca ganhou mais notoriedade.
Porém, passaram-se alguns anos e em 1974 os irmãos que haviam assumido a empresa começaram a se desentender.
A falta de entendimento e também uma briga pelo poder trouxeram uma grande crise financeira ao negócio. Afinal de contas, a gestão influencia diretamente nos resultados.
Como não chegaram a um consenso, tiveram que partir para uma batalha judicial. Esse processo ocorreu entre os filhos e netos do fundador da empresa, que geriam o negócio.
No final das contas, quem ganhou o processo foi Maurizio Gucci, que era neto do fundador da empresa.
Porém, apesar de ter ganhado o processo e assumido o controle da empresa, Maurizio não conseguiu gerenciar a crise financeira e teve que vender uma parte da empresa para investidores. Isso aconteceu em 1988.
Em 1993, ainda com dívidas e uma má gestão financeira, Maurizio precisou vender mais uma parte do negócio e foi assim que a família deixou de estar no comando da empresa.
Porque a sucessão empresarial deu errado
Pela breve história que contamos, você entendeu o porquê da sucessão empresarial ter dado tão errado na família Gucci?
Pode ficar tranquilo que a gente explica.
Em primeiro lugar, faltou o básico da sucessão empresarial: o planejamento.
Não há como qualquer tipo de sucessão dar certo se não houver um planejamento.
Ou seja, os parâmetros precisam ter sua definição ainda em vida, por aqueles que estão no comando da gestão. Caso contrário, na falta de quem tem o poder de tomada de decisão, o negócio pode ruir.
Nesse sentido, o planejamento é o primeiro passo para se organizar uma sucessão empresarial.
Desafio das empresas familiares
O segundo ponto, que é muito relevante e a realidade da maioria das empresas, é a questão das empresas familiares.
Sobreviver depois da troca da primeira geração é um dos principais desafios para as empresas familiares, é inclusive o que os dados nos mostram.
Nesse sentido, no Brasil as empresas familiares representam 90% de todas as empresas em atividade.
Contudo, de todas as empresas familiares brasileiras, apenas 70% conseguem chegar à segunda geração, 10% à terceira geração e só 3% passam para quarta.
Ou seja, ao longo do caminho muitas coisas podem ocorrer, coisas essas que poderiam ter sido evitadas, que acabam levando ao fim dos negócios.
Portanto, às empresas familiares é fundamental entender, aceitar e buscar ferramentas específicas para essa característica particular.
Isso porque há muito mais envolvido, além de um negócio.
Há diferentes núcleos familiares, relacionamentos, anseios e necessidades, que precisam ser ter sua consideração.
No caso da Gucci, por exemplo, o que acabou com sucessão empresarial foi justamente a falta de planejamento e resolução dos conflitos familiares.
Se mistura patrimônio, negócio e família e aí é que começam as disputas que acabam com tudo.
Uma ótima ferramenta para isso, por exemplo, é o uso da governança familiar. Logo mais vamos tratar sobre isso.
Como funciona uma sucessão empresarial
Agora que você entendeu porque deu tão errada a sucessão da Gucci, vamos falar sobre a sucessão empresarial.
Para isso, destacamos dois planejamentos principais, o sucessório e o patrimonial.
Vamos falar sobre cada um deles a seguir.
Planejamento Patrimonial
Em primeiro lugar, temos o planejamento patrimonial.
Esse é um processo estratégico, que busca proteger os ativos e recursos daquela família ao longo dos anos, para que não haja dilapidação do patrimônio.
Como você viu, na família Gucci se instaurou uma crise financeira, em especial porque a família não tinha essa organização.
Portanto, se falamos em sucessão empresarial, obrigatoriamente precisamos falar de planejamento patrimonial.
É esse planejamento que vai garantir a continuidade e proteção do que foi construído, com a inclusão de ferramentas para uma boa gestão.
Uma dessas ferramentas pode até mesmo ser a contratação de uma consultoria especializada no assunto, para gerir esse patrimônio.
A base de tudo aqui é justamente a estratégia e a visão de longo prazo, para que o negócio continue independente da geração que assuma o negócio.
Planejamento Sucessório
Em segundo lugar, temos o planejamento sucessório.
Esse planejamento acontece justamente para definir de que forma ocorrerá a sucessão da empresa e do patrimônio.
É aqui que são definidas as regras de transferência, até mesmo com o cumprimento de alguns requisitos, se necessário.
Contudo, um ponto importante de diferenciar é a sucessão do negócio e do patrimônio.
Por vezes, algum familiar não quer assumir o negócio, mas tem parte do patrimônio.
Isso precisa ser definido e executado de maneira diferente, mas com os interesses alinhados, para evitar conflito.
Por isso é que novamente é interessante a participação de uma assessoria especializada.
O planejamento sucessório é algo muito sério e precisa ser feito com cuidado nos mínimos detalhes.
Leia também: Tudo sobre doação de bens em vida.
Importância da Governança Familiar
Por fim, mas não menos importante, também ressaltamos a importância da Governança Familiar.
A estrutura de governança é fundamental para empresas familiares, que precisam definir regras de remuneração, participação, gestão, etc.
Ainda, definir órgãos importantes, como os conselhos de administração independentes e eventuais acordos da família.
São essas diretrizes que trazem clareza que uma empresa familiar precisa ter para se manter viva ao longo do tempo.
Certamente, a maior causa de conflitos nesse tipo de empresa é a falta de transparência e de regras definidas.
Quando isso não existe, cada membro age da maneira que entende melhor e aí as brigas começam a surgir.
Dessa forma, acontece o que aconteceu com a família Gucci, que teve não só uma desestruturação familiar, mas também do negócio.
Portanto, a governança é sim uma importante parte desse processo de sucessão empresarial.
Concluindo…
Como você viu, ter a sucessão de uma empresa não é fácil, por isso conte com o apoio de pessoas que entendem do assunto e tem experiência nisso.
Se você tiver alguma dúvida sobre isso, entre em contato com a gente, nossos advogados especialistas no assunto ajudarão você a compreender melhor e encontrar a melhor solução.
Bergesch Advogados